As trompas são os “tubos” onde ocorre o encontro entre o óvulo e o espermatozóide para gerar o embrião. Elas têm um papel fundamental para a fertilidade.
A hidrossalpinge é uma doença que acomete as trompas, diminuindo a fertilidade da mulher, muitas vezes até impedindo o sucesso da gravidez.
As trompas ou tubas uterinas são estruturas tubulares de aproximadamente 10cm de diâmetro. Ficam localizadas uma em cada lado do útero, ligando este órgão aos ovários da mulher.
Essas estruturas são responsáveis por transportar o óvulo liberado pelo ovário, que se tornará embrião, à cavidade uterina.
Esse transporte é feito por meio dos movimentos peristálticos: pequenos movimentos que acontecem em razão da contração e relaxamento de células de músculo liso que compõem as trompas. Esses movimentos conduzem o óvulo em direção ao útero. São também a passagem por onde os espermatozóides chegam ao óvulo. E, havendo a fecundação, terminam por levar o óvulo fecundado para sua implantação na cavidade uterina.
A hidrossalpinge afeta essa função das tubas uterinas. Ela pode prejudicar a fertilidade da mulher em dois momentos: a tuba não consegue mais conduzir o óvulo; ou, em razão da doença, o ambiente fica tóxico para o embrião, e o óvulo, mesmo fecundado, não consegue sobreviver e se implantar na cavidade uterina
Mas vamos aos poucos.
A hidrossalpinge é a dilatação da trompa pelo excesso de fluidos, que ocorre quando ela está obstruída.
Essa obstrução é comumente decorrente da endometriose, mas não só.
Pode acontecer também por aderências pélvicas que tenham causa diversa da endometriose, por exemplo as infecções pélvicas.
Fato é que, estando obstruída, há um acúmulo de líquido dentro das tubas. Em razão deste acúmulo de líquido, as tubas vão sofrendo uma dilatação.
Essa dilatação, à medida que aumenta, distende as células musculares das tubas uterinas, deixando-as disfuncionais.
E são essas células, justamente, que são responsáveis por fazer os movimentos persitálticos na trompa. Ela, por fim, perde a capacidade de fazer tais movimentos, e já não consegue cumprir seu papel de conduzir o óvulo em direção ao útero.
Além disso, o líquido acumulado na trompa pode ser tóxico ao embrião. Por isso, muitas vezes as pacientes com hidrossalpinge são encaminhadas a cirurgiões pélvicos e ginecológicos com a indicação de uma desconexão tubária ou retirada das trompas (salpingectomia) Trata-se de uma medida para impedir que esse líquido chegue ao útero, de forma a proteger os futuros óvulos fecundados que chegarem até lá.
Outra medida possível é a salpingectomia, a retirada completa da tuba uterina.
É nesse momento que encontramos uma resistência ou frustração por parte da paciente, especialmente daquela que quer engravidar. Resistência totalmente compreensível.
“Mas, sem tuba uterina, como ficam minhas chances de engravidar?” É aqui que está o ponto chave da questão.
Aqui está o ponto chave.
A trompa com hidrossalpinge não tem a funcionalidade necessária para a manutenção da fertilidade da paciente.
Ou seja: ela não ajuda.
Além disso, provoca um acúmulo de líquido tóxico para o embrião que eventualmente venha a se formar.
Conclusão: ela pode estar mais atrapalhando do que ajudando.
É claro, não podemos relevar que, eventualmente, a gravidez da paciente que passou por algum desses procedimentos só será possível por métodos assistidos, como a fertilização in vitro.
Mas, entenda: a indicação de desconexão tubária ou salpingectomia na paciente que deseja engravidar são medidas adotadas em casos extremos.
O objetivo do médico que faz essa indicação é, ou deve ser, sempre o de preservar ou recuperar a possibilidade de que a paciente engravide. E não o contrário.
Equipe especializada em qualidade de vida e preservação da fertilidade.
Acolhimento e profissionalismo para que sua experiência seja positiva.
