A endometriose é uma condição que, infelizmente, ainda é muito subdiagnosticada no Brasil.
Isso significa que muitas mulheres sofrem com os seus sintomas, mas não levam suas queixas ao médico. Ou até levam, mas eles não identificam a possibilidade da doença e não dão o diagnóstico correto.
E isso é um grande problema para as mulheres que lidam com ela.
Já sabemos que a endometriose é marcada pela presença de células do endométrio fora da cavidade uterina, como ovários, trompas e intestino, por exemplo (lembrando que o endométrio é o revestimento da cavidade interna do útero).
Quanto mais o tecido endometrial cresce nesses órgãos, mais lesões ele provoca. E mais sérias as consequências dessas lesões.
A questão central é que, quando diagnosticada e devidamente tratada, o crescimento dessas células pode ser contido, e tais lesões, prevenidas.
Vou listar, abaixo, as possíveis complicações da endometriose, em cada órgão, quando não diagnosticada precocemente!
A lesão de endometriose nos ovários se chama endometrioma, e é relativamente comum.
Em um terço dos casos, ambos os ovários estão envolvidos pela endometriose.
Quando o tecido endometrial ectópico (extra-uterino) sangra dentro do ovário, provoca um “hematoma” cercado por tecido ovariano, formando o que chamamos de cisto ovariano.
Com certeza uma das consequências mais temidas para as mulheres que têm endometrioma, além dos sintomas incômodos (a dor pélvica é o mais comum deles), é o risco de infertilidade.
Até 50% das pessoas com implantação endometrial nesses locais são assintomáticas. Das mulheres diagnosticadas com endometriose pélvica, aproximadamente 1% tem endometriose do trato urinário, mais comumente endometriose da bexiga.
Pessoas com esse problema costumam apresentar um quadro de ardência ao urinar, sangue na urina, urgência miccional (necessidade extrema de ir ao banheiro), sintomas que se apresentam no período menstrual.
Esses sinais podem ser confundidos com uma infecção urinária. Assim, se a mulher tratada para uma infecção não fica boa, são necessárias outras investigações.
Agora, se você já sofre com endometriose, fique atenta: pode ser um sinal de implantação endometrial na bexiga.
O avanço das lesões para a região intestinal caracteriza uma das formas de lesão profunda da doença.
A natureza invasiva desses implantes causa dor significativa, disfunção intestinal e desafios de tratamento.
O tratamento da doença intestinal é indicado se sintomas característicos estiverem presentes como dor durante a relação sexual, sangramento retal cíclico, constipação e distensão abdominal, por exemplo.
Uma das complicações mais importantes – e, infelizmente, comuns – que a endometriose pode causar é a redução ou perda da fertilidade.
Isso costuma ser decorrente das alterações estruturais que a endometriose provoca nos ovários e trompas.
Em casos de maior gravidade, a cicatrização da lesão leva ao desenvolvimento de tecido cicatricial, o que pode danificar os ovários ou as tubas uterinas.
Esses acima foram apenas alguns exemplos, mas que já demonstram de forma clara como o diagnóstico da endometriose precisa ser levado a sério: afinal, quanto antes tratada, menores os danos.
Sendo assim, atenção: se sentir dor pélvica crônica, cólicas menstruais incapacitantes que não diminuem mesmo com o uso de medicação ou com o fim do fluxo menstrual, dor durante a relação sexual, dor para urinar ou evacuar próximo ou durante o período menstrual, investigue.
Procure um médico de confiança. De preferência, um especialista.
O diagnóstico precoce permite a realização de um tratamento adequado, em tempo hábil, antes que todas as complicações citadas acima se agravem.
E um apelo: muitas mulheres portadoras de endometriose não sabem que têm a doença.
Faça a sua parte. Leve informação e conscientização para as mulheres que são importantes para você.
Equipe especializada em qualidade de vida e preservação da fertilidade.
Acolhimento e profissionalismo para que sua experiência seja positiva.
