Quando o assunto é ir ao médico, muitos parceiros tendem a não gostar de ir, muito menos ainda como acompanhante. Mas fiquei refletindo esses dias sobre essa questão tão simples, mas tão importante.
Sempre comento que as pacientes com endometriose, precisam de um tratamento com uma equipe multidisciplinar, com fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, preparador físico e o ginecologista. Mas fico pensando no apoio diário das pacientes, porque é no cotidiano que se sente os sintomas da doença com a portadora.
O acolhimento na hora das fortes cólicas menstruais, a dificuldade de confortar a portadora que não conseguiu realizar uma atividade prevista para o dia dela, por conta da dor incapacitante, o abalo na autoestima pela distensão abdominal, o sofrimento pela espera do sonhado teste positivo para gravidez. Dor na tentativa da relação mesmo a paciente desejando o momento íntimo e o isolamento social pela falta de vontade de sair pela dor contínua.
Alguns estudos na literatura médica demonstram que de 60 a 70% das pacientes com endometriose têm traços de ansiedade ou depressão. A saúde mental das portadoras é tão importante quanto o tratamento da doença física, porque se o psicológico não caminhar de maneira saudável, a adesão ao tratamento pode ser reduzida.
Uma maneira de contribuir para a evolução do tratamento da sua parceira é a busca por maior compreensão da doença, procure se informar sobre a endometriose, quais são as possíveis causas da doença, tratamentos e medidas que aliviam os sintomas.
Outro ponto extremamente essencial, é acompanhar a sua parceira nas consultas, pois é comum que quando a paciente vá às consultas, ela se sinta nervosa com os exames. Tente relembrar a sua companheira de alguma dúvida que tenha esquecido, peça para o médico te explicar o caso dela, esse é sem dúvidas o melhor lugar para se informar sobre a endometriose.
Fora que o direito ao acompanhante em exames ginecológicos, agora passou recentemente a ser lei (nº 7.062/2021), a paciente pode levar alguém de sua confiança ou pedir para que outra pessoa que esteja no local, seja a sua acompanhante. A nova lei, que já era permitida pelo Conselho Federal de Medicina, promove maior segurança e tranquilidade para as pacientes.
Mulher, você não precisa enfrentar a consulta sozinha, convide o seu parceiro ou alguém de confiança para ir com você!
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